terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

BACKPACKER!

Quando resolve escrever sobre Mochileiros, uma tribo urbana que não é nada nova, comecei a escutar Where Ya Wanna Go - Black Eyed Peas. Como diz um trecho da música: "Sweeeeet liiiiife..." 
Os mochileiros sabem como tornar a vida doce!!!

Eles são aventureiros, livres e independentes. Os mochileiros compõem uma tribo diversificada, heterogênea e internacional. São na maioria das vezes jovens, mas “quem é mochileiro de verdade, é mochileiro a vida toda”. De forma não regional, essas pessoas compartilham preferências, comportamentos de consumo e até gostos musicais. Os mochileiros constituem um grupo heterogêneo que respeita a diversidade de motivos e significados atribuídos às suas experiências de viagem. Isto é, eles demonstram um comprometimento comum com o objetivo de suas viagens, o que se torna como uma autoidentificação entre eles.
São mundialmente reconhecidos, não só como tribo, mas como pessoas que seguem um mesmo estilo de vida. O “mochilão” como negócio, por sua vez, tem crescido consideravelmente desde os anos 2000, sendo o tipo de turismo que mais cresce em países como Nova Zelândia e Austrália. Os mochileiros gastam mais, viajam com mais frequência e permanecem mais tempo em cada lugar do que os turistas normais. Esses são dados de uma pesquisa encomendada pelo governo australiano ao Tourism New South Wales, responsável pelo levantamento de mercado e consultoria de turismo nessa região. Por essa razão, países como a Austrália e a Nova Zelândia têm dedicado cada vez mais investimentos direcionados a esse perfil de turista. Segundo Peter Lawlor, Ministro do Turismo da Austrália, os mochileiros gastaram US$3.5 bilhões no último ano, gerando índices de empregos substanciais aos australianos. Seus gastos, em média 86% maior que a média de outros turistas internacionais, possuem um impacto significativo em todos os negócios que envolvem transporte, alimentação, varejo, combustível, hotelaria e passeios em geral.
Algumas das principais características que diferenciam o “mochilão” dos outros tipos de turismo são o uso de transporte público local, a preferência por albergues em vez de hotéis, viagens mais longas e o interesse em conhecer a cultura local das regiões que visitam. Também preferem viajar por áreas regionais em vez de se locomoverem por cidades distantes uma da outra, fato que os torna conhecedores de lugares que não fazem parte dos principais roteiros. Como tendência, os mochileiros estão crescendo rapidamente. Muitas oportunidades se abriram desde que os recursos de comunicação digital permitiram que viagens longas pudessem ser facilmente planejadas pela Internet. Milhares de sites oferecem dicas de acomodação, alimentação, trilhas, esportes radicais, além de listarem o que se deve carregar e vestir em determinados destinos. Os jovens veem muito mais vantagens do que desvantagens, pois o ”mochilão” custa menos, foca na cultura local e exercita o senso de organização dos viajantes. É visto também como um desafio, pela liberdade e pelos imprevistos que podem acontecer. A cara do jovem e daqueles que conservam um espírito jovem.


Origem

O termo “mochileiros” historicamente tem sido usado para denotar uma forma de viagem acessível, de forma independente. Sua origem certamente está na Hippie Trail, termo utilizado para descrever a viagem que os hippies faziam nos anos 1960 e 1970 com destino à Ásia, principalmente a países como Índia, Nepal e Indonésia, através da Silk Road, rodovia que liga a África, Europa, Ásia e Oriente Médio.


Comportamento

Embora seja uma tribo diversificada por homens e mulheres de todas as nacionalidades, idades, profissões e classes sociais, o perfil do mochileiro é semelhante: espírito jovem, independente e curioso. Gostam de conhecer novos lugares, pessoas e seus hábitos, experimentar diferentes culinárias e passear por lugares inusitados. Organizam suas viagens por conta própria e priorizam a aventura, a diversão e o conhecimento. O conforto deve estar vinculado a suas roupas, mas não necessariamente às acomodações e ao transporte que utiliza. Segurança e praticidade são outros fatores intrínsecos em uma viagem ao estilo “mochilão”. Também são muito importantes as questões culturais, sociais, econômicas e principalmente ambientais dos seus destinos. O mochileiro busca manter uma relação mais profunda com a natureza e por isso, tende a ser mais consciente sobre sustentabilidade e preservação dos ecossistemas. A última campanha da marca Timberland, intitulada "A natureza precisa de heróis", reflete essa consciência coletiva entre os mochileiros e faz dessa uma das principais características da tribo.


Estilo

“Viajar leve” é a expressão-chave que define o estilo de um mochileiro. Pelo espaço reduzido e pelas necessidades inerentes a esse tipo de aventura, as roupas precisam ser práticas, leves e de preferência térmicas. O que levar vai depender do destino, mas alguns itens são básicos: mochila, calça e bermuda utilitária, boné, agasalho, chinelo, tênis trekking, agasalho térmico, entre outros. Geralmente são produtos de custo alto, provando mais uma vez que os mochileiros costumam investir bastante em suas viagens.


Membranas também são criadas para oferecer características específicas aos tecidos. Cada centímetro quadrado da membrana Gore-Tex®, a mais conhecida no mercado, contém bilhões de microporos, cada um deles é 20 mil vezes menor que uma gotícula de água e 700 vezes maior que uma molécula de vapor. Assim, a membrana fornece total impermeabilidade, ao mesmo tempo que permite que o excesso de calor e o vapor da transpiração saiam com facilidade.



No Brasil, 70% dos mochileiros são europeus, com idades entre 18 e 29 anos, dados de uma pesquisa realizada pelo professor universitário e consultor em turismo Rui José Oliveira. Segundo a pesquisa, os mochileiros estrangeiros escolhem o Brasil pela diversidade cultural, ficam em média 30 dias no país e geram uma receita maior que o turismo considerado tradicional. Isso tudo revela um grande mercado a ser explorado e aperfeiçoado. 
Como reflexo de macrotendências de comportamento e consumo ao redor do mundo, a moda também presta atenção nessa tribo que há muito tempo inspira marcas e designers em suas criações. O destaque fica por conta de alguns profissionais revelados nos últimos anos, que trabalham referências e elementos desse estilo, adicionando suas visões jovens e modernas em peças que se transformam em objetos de desejo de pessoas que nem pensam em fazer um "mochilão" algum dia. Esse é o caso de nomes como Mihara Ayasuhiro, que além de sua marca colabora com a Puma, e Junn.J. Yohji Yamamoto, que já é veterano, mas também possui a Y3, criada em 2002 em parceria com a Adidas e que busca misturar sua base esportiva com a estética moderna de Yamamoto.



Para saber mais

O programa “Vai pra onde?”, da Multishow, dá dicas importantes de viagem e apresenta os destinos sob uma visão jovem e divertida do apresentador Bruno de Lucca. A MTV também tem o seu, chamado “Mochilão MTV”. A equipe da emissora percorre destinos nacionais na maioria das vezes, mostrando que não é preciso ir muito longe para praticar um “mochilão” bacana. A Rede Bandeirantes também estreiará no dia 4 de janeiro de 2011, o programa "Classe Turista - O mundo segundo os brasileiros", um reality show de tom documental e quase autobiográfico que mostrará lugares do mundo sob o ponto de vista de brasileiros que moram longe daqui. O programa tem como objetivo mostrar destinos não muito explorados pelo turismo convencional, sugerindo uma nova maneira de conhecer o mundo. Tem também um site chamado mochileiros.com, muito irado... com várias informações para os veteranos na área  e para novatos que desejam embarcar nessa aventura!!:)
http://www.mochileiros.com/ 

Tell me where ya wanna go...
Tatiane Felinius.


Beijos queridos!!!
Até mais!!!

FONTE DE PESQUISAS:  Portal USE Fashion/ Google/ Flickr.